quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Ser visto, ser notado, ser tocado, ser...vivo

Historias dos asilos psiquiátricos


Em 1910, nas frias e cinzentas paredes de um asilo psiquiátrico na Alemanha, uma paciente chamada Katharina Detzel fez uma escolha silenciosa e desesperada. Isolada por anos, privada de contato humano e tratada como algo menos que gente, ela voltou-se para o único material que tinha à disposição — o feno de seu colchão — e com ele criou um homem de palha em tamanho real.

Não por amor, mas pela necessidade bruta de sentir a presença de algo ao seu lado.

Em um mundo que a havia esquecido, Katharina moldou um companheiro para lembrar a si mesma que ainda existia.
Para os funcionários do asilo, aquilo era mais uma prova de insanidade.

Mas para Katharina, era um ato de sobrevivência — uma centelha de humanidade em um lugar projetado para apagá-la.
Décadas depois, sua história e sua fotografia ressurgiriam, comoventes e perturbadoras.

Aquela figura de palha não era apenas uma criação, mas um símbolo de resistência — um testemunho da necessidade humana de conexão, mesmo no limite da dor.
Porque, mesmo nas sombras mais profundas do sofrimento, o desejo de ser visto, tocado e lembrado jamais desaparece.


terça-feira, 16 de setembro de 2025

Legoterapia

O brinquedo de montar Lego como ferramenta conectiva na psicologia, educação, consultoria, terapias...



Legoterapia é uma abordagem terapêutica que utiliza peças de LEGO® como ferramenta para promover o desenvolvimento de habilidades em crianças e adultos, especialmente aqueles com transtornos do desenvolvimento ou dificuldades de aprendizagem. Esta terapêutica estimula a interação social, a comunicação, a resolução de problemas, a criatividade e a concentração, através de atividades estruturadas ou livres com os blocos de montar.

O Brinquedo de montar LEGO® - O sistema LEGO é um brinquedo cujo conceito se baseia em partes que se encaixam permitindo muitas combinações. Criado pelo dinamarquês Ole Kirk Kristiansen, é fabricado em escala industrial em plástico feito desde 1934, popularizando-se em todo o mundo desde então. É muito famoso e as crianças do mundo todo brincam. Hoje em dia existem várias séries. Em fevereiro de 2015, foi considerada a marca mais poderosa do mundo, de acordo com estudo realizado pela empresa de consultoria Brand Finance.

A Legoterapia, ou Terapia Baseada em LEGO, foi criada em Honolulu, no final dos anos 90, como uma alternativa de tratamento para as crianças com atraso no desenvolvimento. É considerada  método terapêutico que utiliza as peças de LEGO para desenvolver competências sociais, emocionais e cognitivas em crianças, especialmente aquelas com desenvolvimento atípico, como o autismo. O objetivo é criar um ambiente estruturado e colaborativo onde as crianças aprendam a se comunicar, a resolver problemas, a planejar e a interagir em grupo, utilizando o brincar como ferramenta principal.

A abordagem da Legoterapia baseia-se na ideia de que as crianças podem se comunicar e expressar seus sentimentos, pensamentos e desafios por meio da construção e manipulação de peças de LEGO. Isso permite uma forma não verbal de expressão, muitas vezes menos intimidante do que a comunicação verbal direta. A terapia aproveita a natureza lúdica e criativa do brinquedo de montar LEGO para criar um ambiente seguro e facilitar a interação entre terapeuta e cliente.


Estudos educacionais e médicos no Reino Unido e nos EUA constataram que grupos que usaram LEGO como recurso educacional e terapeutico ajudaram seus alunos e pacientes a desenvolver e reforçar as habilidades de jogo e habilidades sociais. Dentre os benefícios destacados e comprovados da Legoterapia estão:

  • Comunicação
  • Atenção
  • Concentração
  • Partilha e troca
  • Resolução de problemas compartilhada

Como colocado recentemente em livro pelo psicoterapeuta René Schubert (2023): “o brinquedo LEGO com sua diversidade de cenários, personagens e peças atua como recursos de consultoria, coaching, atendimento terapêutico - sendo utilizado para: Exposição de dificuldade, Resolução de Conflitos, Foco na Solução, Posicionamento Consciente, Formas, Posturas e Comunicação e outras possibilidades a partir das construções de cenários em 3D. Estimula a conexão, expressão, percepção, insights, feedback, storytelling, ludicidade e criatividade - ou seja, Aprender Divertindo-se!”



Por meio da brincadeira, intuição e possibilidades diversas trabalha-se habilidades e recursos no grupo de crianças, jovens ou adultos presentes, para que o mesmo possa ser levado adiante para sala de aula, grupos de estudos, reuniões sociais, atendimentos e consultoria.

A Legoterapia é indicada para:

  • Crianças com transtornos do desenvolvimento, como autismo e TDAH;
  • Crianças com dificuldades de aprendizagem;
  • Pessoas que buscam aprimorar suas habilidades sociais e de comunicação;
  •  Indivíduos que desejam desenvolver a criatividade e a resolução de problemas;
  • Profissionais da área da saúde e educação que buscam novas ferramentas terapêuticas e pedagógicas;
  • Como recurso de consultoria e coaching;
  • Apresentações, Reuniões, planejamento e estratégias em empresas;

A Legoterapia se mostra uma abordagem terapêutica versátil e eficaz, oferecendo um ambiente lúdico e seguro para o desenvolvimento de diversas habilidades.

 

Referências:

SCHUBERT, R  - Construindo pontes, cenários e um mundo de possibilidades – o uso do Lego como recurso terapêutico para crianças autistas (in) Um Amor Azul – Os desafios e o caminho para lidar com a pessoa autista. Coordenação de Neia Martins e Viviane Oliveira, Editora Conquista, São Paulo, 2023

SCHUBERT, R  - Conectando e Construindo Possibilidades - Brincar de Lego na Ludoterapia (in) Orientação Familiar, Volume 3. Coordenação Cris Rayes. Literare International Books, São Paulo, 2024

SCHUBERT, R. - Building Bridges, Scenarios, Worlds of Possibilities - The Use of Lego as a Therapeutic Resource with Autistic Children. MAR Neurology, Neurosurgery & Psychology,  United Kingdom, March 2024

Lego: a história por trás da criação do popular brinquedo (2023) - https://www.bbc.com/portuguese/articles/clmeggy3l9xo

Lego como recurso terapêutico. Audiobook (2025) - https://www.youtube.com/watch?v=o_SFGUptYsg

Terapia a partir do uso do brinquedo LEGO (2022) - https://reneschubert.blogspot.com/2022/08/terapia-partir-do-uso-do-brinquedo-lego.html

 A Historia do Lego - https://www.youtube.com/watch?v=Wih3NK2z_0I


 


quinta-feira, 4 de setembro de 2025

A importancia da figura paterna na psicologia


Na psicologia, a figura paterna é crucial para o desenvolvimento emocional, social e cognitivo de uma criança, promovendo segurança, independência e a introdução de limites e regras sociais. O pai, e por extensão outros cuidadores ( figura paterna ), estimula a exploração do mundo, o autoconhecimento e a formação do caráter, servindo como um modelo de conduta e referência para o desenvolvimento da identidade e da autoestima. 

O pai, e por extensão outros cuidadores ( figura paterna ), estimula a exploração do mundo, o autoconhecimento e a formação do caráter, servindo como um modelo de conduta e referência para o desenvolvimento da identidade e da autoestima. 

O papel do pai vai muito além de prover sustento ou presença física. A figura paterna exerce uma influência profunda no desenvolvimento emocional e psicológico dos filhos. 

🔹 Segurança emocional – Pais presentes transmitem sensação de proteção, ajudando a criança a lidar melhor com medos, frustrações e desafios.

🔹 Construção da autoestima – O reconhecimento, incentivo e afeto paterno fortalecem a confiança e a percepção positiva que a criança tem de si mesma.

🔹 Modelos de relacionamento – A forma como o pai se relaciona com o(a) parceiro(a), com os filhos e com as pessoas ao redor serve de referência para como a criança aprenderá a se relacionar na vida adulta.

🔹 Saúde mental a longo prazo – Estudos mostram que filhos de pais participativos tendem a apresentar menor risco de depressão, ansiedade e dificuldades emocionais no futuro.


A psicoterapia pode ser uma ferramenta útil para lidar com as angústias da paternidade e para auxiliar crianças que cresceram sem a presença de uma figura paterna, permitindo a cura de feridas e a busca por força interior. 

A presença ativa, o diálogo aberto e o carinho paterno constroem vínculos afetivos sólidos, fundamentais para a formação da identidade e da saúde mental dos filhos.

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Epidemia ( de empobrecimento) Cognitivo


"Vivemos uma epidemia cognitiva. Não é transmitida por vírus, mas pela passividade mental. A cada scroll no celular, a cada curtida automática, treinamos o cérebro para seguir a massa sem questionar. O resultado? Um declínio cognitivo coletivo, onde a falta de senso crítico vira norma e o pensamento independente se torna quase exótico.


E aqui vai a verdade incômoda: eu mesmo já me peguei diversas vezes seguindo a manada… sem nem saber por quê. Talvez porque é confortável. Gostosinho. Evita conflitos. Mas é nesse conforto que a gente se anestesia.

Nunca tivemos tanto acesso à informação e, paradoxalmente, nunca fomos tão superficiais. Segundo a UNESCO (2023), apenas 13% dos jovens brasileiros conseguem interpretar textos longos com análise crítica. O relatório do Pisa 2022 mostra uma queda de mais de 20 pontos em leitura nos últimos 10 anos. E a Microsoft (2019) revelou que a capacidade média de atenção humana caiu para 8 segundos, menos que a de um peixe dourado.

Sherry Turkle, em Reclaiming Conversation, explica que a avalanche de estímulos digitais está corroendo nossa habilidade de refletir. Daniel Kahneman, no clássico Rápido e Devagar, mostra como o “Sistema 1” (rápido e intuitivo) domina, evitando o esforço do “Sistema 2” (lento e analítico). É o efeito manada operando em alta velocidade — alimentado por algoritmos que reforçam o que já pensamos, sem espaço para o contraditório.

A juventude, moldada pelas redes sociais, está mais exposta a narrativas prontas e menos disposta a fazer perguntas incômodas. Byung-Chul Han, em Sociedade do Cansaço, alerta que não é falta de inteligência, mas um esgotamento mental crônico que sufoca a capacidade de pensamento crítico.

George Orwell já havia previsto, em 1984: “A massa manter-se-á dócil, desde que não tenha consciência”. Hoje, a consciência é terceirizada para influenciadores, algoritmos e manchetes rápidas.

Para combater essa epidemia cognitiva, não basta colocar mais tecnologia nas escolas. É preciso ensinar, desde cedo, a fazer a pergunta fundamental: “Por que acredito nisso?”. Sem esse treino, seremos consumidores dóceis, repetidores de ideias alheias — achando que pensamos por conta própria.

Ou despertamos agora… ou continuaremos, felizes e distraídos, confortavelmente anestesiados, rumo à obediência absoluta."

Reflexão do Professor Willians Fiori postado no Linkedin



domingo, 6 de julho de 2025

Palavras...




Elas parecem simples, mas carregam um impacto profundo. As palavras que usamos no dia a dia são capazes de moldar emoções, fortalecer (ou enfraquecer) vínculos, influenciar pensamentos e até transformar o funcionamento do nosso cérebro. Quando utilizamos a linguagem com consciência, criamos pontes capazes de promover bem-estar e conexão.

Desde os tempos antigos, a comunicação tem sido essencial para a evolução humana. Afinal, elas podem curar ou ferir, acolher ou afastar. A forma como nos expressamos impacta diretamente nossos sentimentos e a relação com o mundo. Aliás, seu poder é tão grande que ele é capaz de impactar o cérebro

Segundo o neurocientista Mariano Sigman, palavras positivas ativam áreas cerebrais ligadas à recompensa, como o córtex pré-frontal e o núcleo Accumbens – regiões associadas à motivação, tomada de decisões e prazer. Já as palavras negativas despertam a amígdala, centro emocional do medo e da ansiedade. É por isso que um elogio sincero pode nos impulsionar, enquanto uma crítica ríspida pode travar o progresso.

Nosso diálogo interno também é linguagem. Ele tem um peso enorme na construção da autoestima. Repetir frases como “não sou bom o suficiente” pode diminuir a autoconfiança ao longo do tempo. Já expressões como “estou me fortalecendo” e “estou em processo de aprendizado” criam narrativas mais saudáveis e encorajadoras.

As palavras de afirmação, quando repetidas com intenção, podem fazer toda a diferença. Exemplos simples, como “eu sou capaz”, “eu mereço coisas boas” ou “eu estou me desenvolvendo” têm efeitos diretos na redução de estresse, fortalecimento emocional e na qualidade das relações interpessoais.

Escolher bem as palavras também transforma relações. Em momentos de tensão, usar uma linguagem conciliadora pode evitar mal-entendidos e abrir espaço para diálogo. Feedbacks construtivos e empáticos têm efeitos muito mais duradouros do que críticas severas que só apontam falhas.

Além disso, é fundamental reconhecer o impacto social das palavras. Discursos de ódio, termos discriminatórios e ofensas contribuem para o sofrimento de grupos inteiros. Já a linguagem inclusiva e consciente pode criar espaços mais acolhedores e justos.

  • Escolha o presente: diga “eu sou” em vez de “eu serei”, para trazer força ao agora;
  • Seja específico: substitua o “eu sou bom” por “sou uma pessoa comprometida com o que faço”;
  • Seja gentil com você: fale consigo como falaria com alguém que ama;
  • Dê pausas antes de responder: pense no impacto emocional do que será dito;
  • Cultive o hábito das palavras de afirmação: repita diariamente expressões positivas com convicção.

Texto: O poder das palavras: como elas atuam no nosso cérebro? Isabella Bisordi - 30/06/2025 - https://www.bonsfluidos.com.br 
Segundo o neurocientista Mariano Sigman, palavras positivas ativam áreas cerebrais ligadas à recompensa, como o córtex pré-frontal e o núcleo Accumbens – regiões associadas à motivação, tomada de decisões e prazer. Já as palavras negativas despertam a amígdala, centro emocional do medo e da ansiedade. É por isso que um elogio sincero pode nos impulsionar, enquanto uma crítica ríspida pode travar o progresso.

domingo, 22 de junho de 2025

Mitos e formas de se falar e enxergar o espectro autista

 



Autismo e Educação

O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento, e não uma doença mental.
Existem muitos mitos e verdades sobre o autismo, e é importante esclarecê-los para promover a inclusão e o respeito.

É fundamental entender que cada pessoa no espectro autista é única, com suas próprias características, desafios e habilidades.

Mitos:
  • O autismo é uma doença:
  • O autismo é uma condição do neurodesenvolvimento, não uma doença que possa ser curada.
  • Autistas são todos iguais:
  • O espectro autista é muito amplo, e cada indivíduo apresenta características e necessidades específicas.
  • Autistas não têm sentimentos:
  • Pessoas autistas podem ter dificuldades em expressar emoções, mas sentem e demonstram afeto de maneiras diferentes.
  • Autistas são antissociais:
  • Muitos autistas desejam interagir socialmente, mas podem ter dificuldades na comunicação e interação.
  • Autistas são agressivos:
  • A agressividade em alguns casos pode ser uma resposta à dificuldade de comunicação ou a ambientes desafiadores, não uma característica inerente ao autismo.
  • Autistas têm inteligência acima da média:
  • Nem todos os autistas possuem habilidades cognitivas superiores, e alguns podem apresentar dificuldades de aprendizado.
  • Vacinas causam autismo:
  • Não há evidências científicas que comprovem essa relação, segundo estudos científicos.
  • Autismo é causado por falta de afeto:
  • O autismo tem causas multifatoriais, incluindo fatores genéticos e ambientais, e não está relacionado à criação ou falta de amor.

Verdades:
  • O autismo é um espectro:
  • O transtorno do espectro autista (TEA) engloba uma variedade de características e níveis de suporte necessários.
  • O diagnóstico precoce é importante:
  • Quanto mais cedo o diagnóstico, mais cedo a pessoa com autismo pode receber intervenções e estímulos que podem melhorar seu desenvolvimento.
  • Existem intervenções eficazes:
  • Há diversas terapias e abordagens que podem ajudar pessoas autistas a desenvolver habilidades sociais, de comunicação e outras áreas importantes.
  • A inclusão é fundamental:
  • É importante que as pessoas com autismo sejam incluídas em ambientes sociais, educacionais e profissionais, com as adaptações e suportes necessários.
  • Autismo é uma condição permanente:
  • O autismo não tem cura, mas com intervenções adequadas, as pessoas podem ter uma boa qualidade de vida e desenvolver seu potencial.
  • Pessoas autistas podem amar e ter empatia:
  • Embora possam ter dificuldades em expressar suas emoções, pessoas autistas podem sentir e demonstrar afeto de maneiras diversas.
  • O autismo pode afetar as funções executivas:
  • Dificuldades em funções executivas como organização, planejamento e atenção podem impactar a vida da pessoa autista.
  • O autismo não é uma doença mental:
  • O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento, que afeta a forma como o cérebro funciona e processa informações.
  • É importante buscar informações confiáveis sobre o autismo em fontes como instituições de apoio, profissionais de saúde e literatura científica, para combater mitos e promover a conscientização e inclusão.
  • O diagnóstico precoce é importante:
  • Quanto mais cedo o diagnóstico, mais cedo a pessoa com autismo pode receber intervenções e estímulos que podem melhorar seu desenvolvimento.
  • Existem intervenções eficazes:
  • Há diversas terapias e abordagens que podem ajudar pessoas autistas a desenvolver habilidades sociais, de comunicação e outras áreas importantes.
  • A inclusão é fundamental:
  • É importante que as pessoas com autismo sejam incluídas em ambientes sociais, educacionais e profissionais, com as adaptações e suportes necessários.
  • Autismo é uma condição permanente:
  • O autismo não tem cura, mas com intervenções adequadas, as pessoas podem ter uma boa qualidade de vida e desenvolver seu potencial.
  • Pessoas autistas podem amar e ter empatia:
  • Embora possam ter dificuldades em expressar suas emoções, pessoas autistas podem sentir e demonstrar afeto de maneiras diversas.
  • O autismo pode afetar as funções executivas:
  • Dificuldades em funções executivas como organização, planejamento e atenção podem impactar a vida da pessoa autista.
  • O autismo não é uma doença mental:
  • O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento, que afeta a forma como o cérebro funciona e processa informações.

É importante buscar informações confiáveis sobre o autismo em fontes como instituições de apoio, profissionais de saúde e literatura científica, para combater mitos e promover a conscientização e inclusão.



Menina fala sobre a perspectiva do Autismo para um Autista

terça-feira, 10 de junho de 2025

Saúde Mental e Psiquiatria

 


Cuidar da saúde mental vai muito além de tomar medicação ou “ter força de vontade”. Essa visão simplista ignora a complexidade do ser humano e dos transtornos mentais.

Embora os medicamentos e a psicoterapia sejam pilares essenciais do tratamento (National Institute of Mental Health [NIMH], 2023), eles não agem isoladamente. A prática clínica mostra que o sucesso terapêutico está profundamente relacionado ao estilo de vida do paciente — corpo, mente e ambiente estão interligados.

Hábitos saudáveis não são apenas um complemento: fazem parte ativa do cuidado em saúde mental. Dormir bem, alimentar-se de forma equilibrada, movimentar o corpo regularmente, ter momentos de lazer e cultivar vínculos afetivos e espaços de escuta emocional são atitudes que nutrem o cérebro e aumentam significativamente a eficácia dos tratamentos médicos e psicológicos (Firth et al., 2020; Jacka et al., 2017).

Mais do que aderir a um protocolo, é fundamental que o paciente se sinta protagonista do seu processo de cuidado. O comprometimento com pequenas ações cotidianas pode ter um grande impacto na jornada de recuperação (World Health Organization [WHO], 2022).

O melhor tratamento é aquele que une acompanhamento profissional qualificado com escolhas de vida que promovam bem-estar e sentido. Ignorar esses aspectos pode limitar os avanços. Por outro lado, integrá-los potencializa o caminho para uma vida com mais equilíbrio, autonomia e saúde mental duradoura.

Referências

  • Firth, J., Solmi, M., Wootton, R. E., Vancampfort, D., Schuch, F. B., Hoare, E., ... & Stubbs, B. (2020). A meta-review of "lifestyle psychiatry": The role of exercise, diet, and sleep in the prevention and treatment of mental disorders. World Psychiatry, 19(3), 360–380. https://doi.org/10.1002/wps.20773

  • Jacka, F. N., O'Neil, A., Opie, R., Itsiopoulos, C., Cotton, S., Mohebbi, M., ... & Berk, M. (2017). A randomised controlled trial of dietary improvement for adults with major depression (the ‘SMILES’ trial). BMC Medicine, 15(1), 23. https://doi.org/10.1186/s12916-017-0791-y

  • National Institute of Mental Health (NIMH). (2023). Mental Health Medications and Psychotherapy. https://www.nimh.nih.gov

  • World Health Organization (WHO). (2022). World Mental Health Report: Transforming mental health for all. https://www.who.int/publications/i/item/9789240049338